O estado do Rio de Janeiro acaba de ganhar um novo instrumento de valorização ambiental: o Atlas das Unidades de Conservação Municipais, lançado em maio de 2025. Com quase 600 páginas, a publicação reúne informações detalhadas sobre 416 unidades de conservação (UCs) municipais, distribuídas pelos 92 municípios fluminenses, incluindo mapas, espécies protegidas, trilhas, atrativos turísticos e estrutura de uso público.
Um dos destaques é o Refúgio da Vida Silvestre do Chauá, em Cambuci, que protege espécies ameaçadas, como o papagaio-chauá, a paca, o tatu-galinha e o sagui-taquara, além de preservar mais de 67 nascentes da Mata Atlântica. A unidade está aberta à visitação, mas, como muitas outras, ainda é pouco conhecida do grande público.
O objetivo do Atlas é ampliar a visibilidade dessas áreas e fortalecer o sentimento de pertencimento da população, além de apoiar a gestão ambiental municipal. A iniciativa foi financiada com recursos do ICMS Ecológico.
Uma versão digital interativa do Atlas será lançada em julho, com mapas e dados atualizados. Atualmente, as UCs municipais cobrem cerca de 13% do território fluminense e se somam a 39 unidades estaduais, 19 federais e 175 RPPNs, compondo uma malha de proteção à biodiversidade e à segurança hídrica no estado.
Especialistas defendem que o atlas seja apenas o primeiro passo. O ambientalista Sérgio Ricardo Potiguara, do Movimento Baía Viva, alerta que sem investimentos, as unidades podem existir apenas no papel, e cobra financiamento estadual para ações como brigadas florestais e combate ao desmatamento.
Fonte:
Ministério do Meio Ambiente / Governo do RJ