Em estudo divulgado nesta quinta-feira, 5 de junho — Dia Mundial do Meio Ambiente, o Observatório das Florestas Públicas, formado por especialistas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e do Movimento Amazônia de Pé, alertou para o avanço de crimes ambientais sobre florestas públicas não destinadas na Amazônia.
Atualmente, 10,2 milhões de hectares dessas áreas estão sob alto risco de grilagem. Entre janeiro e abril de 2025, 80% do desmatamento na Amazônia ocorreu justamente nessas regiões ainda não protegidas legalmente como terras indígenas, unidades de conservação ou áreas quilombolas.
O desmatamento teve um aumento alarmante de 192% em abril, comparado a março, e 229% em relação a abril de 2024. Também foram registrados incêndios em 37,7 mil hectares, principalmente nos estados do Amazonas, Pará e Roraima.
Essas florestas públicas representam 50,2 milhões de hectares, o equivalente ao estado da Bahia, e têm capacidade de estocar 5,2 bilhões de toneladas de carbono — mais da metade das emissões globais previstas para 2024.
Segundo os pesquisadores, mais de 10 milhões de hectares foram indevidamente cadastrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) como se fossem propriedades privadas. O estudo defende a revogação imediata desses registros e a aceleração do processo de destinação legal dessas terras para conter crimes ambientais e fortalecer o Brasil no cenário climático internacional antes da COP30.
📌 Fonte: Observatório das Florestas Públicas / IPAM / Movimento Amazônia de Pé