Balanço Ético Global: Líderes propõem “bússola moral” para guiar ações climáticas na COP30
Liderado pelo Brasil e pela ONU, o Balanço Ético Global (BEG) surge como uma iniciativa para avaliar não o progresso técnico, mas o compromisso ético da humanidade no combate à crise climática. Inspirado no Balanço Global da ONU, o processo critica a complacência e defende que já possuímos as soluções técnicas – falta a coragem moral para implementá-las.
O prêmio Nobel da Paz Kailash Satyarthi resumiu o espírito da iniciativa: “A complacência é um desejo de morte. Nosso planeta está em chamas… Vamos globalizar a compaixão para proteger nosso lar”.
O foco do BEG é traduzir os acordos já existentes – como o Consenso dos Emirados, que prevê triplicar energias renováveis e transicionar para longe dos combustíveis fósseis – em ação palpável. A ministra Marina Silva destacou: “O maior desafio não é mais discutir o que precisa ser feito, mas ter a coragem moral e ética de fazê-lo”.
Estrutura e Objetivo:
O processo consiste em diálogos regionais realizados em todos os continentes, coliderados por figuras de alto nível como Michelle Bachelet (Américas) e Mary Robinson (Europa). O resultado será um relatório-síntese, entregue na Pré-COP de Brasília em outubro, que servirá como uma “bússola moral” para orientar as decisões da COP30 em Belém.
André Corrêa do Lago, presidente da COP30, enfatizou que o BEG traz para a mesa as vozes da sociedade civil, indo além das negociações tradicionais entre países: “No fim das contas, o que importa são as pessoas”.
Ana Toni afirmou que o Balanço Ético Global funciona como um norte para a COP30. A mensagem central é clara: o tempo é o maior inimigo, e a ética deve ser o motor que acelera a ação climática concreta e global.
Com Informações; MMA -COP30
Lista completa de participantes do Diálogo América da Ásia do BEG:
Ajay Mathur, especialista em energia e clima e professor de Prática no Instituto Indiano de Tecnologia, em Délhi, na Índia;
Ana Toni, CEO da COP30;
André Corrêa do Lago, presidente da COP30;
Arunabha Ghosh, especialista em políticas públicas, autor e CEO fundador do Council on Energy, Environment and Water (CEEW) e Enviado Especial da COP30 para o Sul da Ásia;
Farzana Faruk Jhumu, ativista climática de Bangladesh e defensora da justiça ambiental;
Ihitashri Shandilya, fundadora e CEO da MITHILAsmita, premiada iniciativa reconhecida pela ONU dedicada à valorização das pinturas tradicionais de Madhubani;
ailash Satyarthi, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, organizador do Movimento Satyarthi pela Compaixão Global (SMGC) e colíder do Diálogo Regional da Ásia;
Kenneth Nóbrega, embaixador do Brasil na Índia e no Butão;
LeoHorn‑Phathanothai, autor, estrategista, construtor de ecossistemas e defensor da aceleração das transições verdes no Sudeste Asiático;
Manjyot Kaur, especialista em política climática internacional;
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima;
Nik Nazmi, vice-presidente do Keadilan e membro do Parlamento da Malásia por Setiawangsa;
Nitin Desai, economista formado pela London School of Economics, e ex-subsecretário-geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais (1992– 2003);
Philipp Ackerman, embaixador da Alemanha na Índia;
Rajendra Singh, ambientalista e líder de um movimento comunitário que regenerou vastas áreas semiáridas em Rajasthan por meio da gestão descentralizada da água;
Ravi Shankar, advogado e líder político indiano, atualmente membro do Lok Sabha desde 2019;
Ridhima Pandey, ativista climática indiana reconhecida internacionalmente desde os 9 anos;
Rodne Galicha, líder ambiental e climático das Filipinas;
Seruni Salsabila, jovem líder ambiental e empreendedora climática do Sudeste Asiático;
Soumya Swaminathan, pediatra e cientista clínica indiana, reconhecida por sua liderança em saúde global e ações frente à mudança climática;
Sumaiya Binte Selim, pesquisadora sênior em clima e desenvolvimento em Bangladesh;
Vibha Dhawan, diretora-geral do The Energy and Resources Institute (TERI) desde 2021.