Um estudo publicado por pesquisadores do Laboratório Marinho de Plymouth (PML), no Reino Unido, revelou que a acidificação dos oceanos ultrapassou o limite planetário seguro em 2020. A descoberta só foi possível agora, com o uso de novas tecnologias e análises de dados coletados ao longo de 150 anos.
Esse fenômeno ocorre quando os oceanos absorvem excesso de gás carbônico (CO₂) da atmosfera, reduzindo o pH da água e comprometendo a concentração de carbonato de cálcio, essencial para a formação de conchas, esqueletos e recifes de corais. A mudança já afeta organismos marinhos como moluscos, corais tropicais, pterópodes polares e bivalves costeiros.
Segundo o estudo, 60% do oceano com profundidade de até 200 metros já apresenta alterações, e 43% dos habitats de recifes de corais tropicais foram comprometidos. Com isso, o número de limites planetários ultrapassados sobe para sete dos nove identificados pela ciência global.
Especialistas como Alexander Turra (IOUSP) e Letícia Cotrim (UERJ) alertam que os impactos são silenciosos, mas devastadores — afetando a biodiversidade, os ecossistemas e até a segurança alimentar. O Brasil, como país costeiro e anfitrião da COP30 em Belém (2025), tem papel essencial para liderar ações de mitigação e adaptação.
Fonte: Agência Brasil