A crise socioambiental do século XXI exige respostas urgentes que conciliem desenvolvimento econômico e preservação ecológica. Como destacam estudiosos como Michel Löwy e Ricardo Antunes, o modelo capitalista tradicional — baseado na exploração predatória de recursos naturais e na precarização do trabalho — aprofunda tanto a desigualdade social quanto a degradação do planeta. Nesse contexto, a economia verde surge como alternativa viável, capaz de gerar empregos sustentáveis enquanto reduz impactos ambientais. Investir em energias renováveis, agroecologia e reciclagem não apenas protege ecossistemas, mas também fortalece economias locais, especialmente em comunidades pobres. Para Ricardo Antunes (em obras como “O Privilégio da Servidão”), o capitalismo neoliberal transforma tanto a natureza quanto o trabalho em mercadorias descartáveis, gerando exclusão e crise ecológica. Já Michel Löwy (“Ecologia e Socialismo”) argumenta que a lógica do lucro infinito é incompatível com os limites do planeta, defendendo uma “revolução ecológica” que una justiça social e sustentabilidade.
A transição para uma economia de baixo carbono pode ser um caminho: energias renováveis: Projetos de energia solar e eólica em regiões pobres (como o semiárido brasileiro) criam empregos e reduzem dependência de combustíveis fósseis. Na agroecologia os sistemas agrícolas sustentáveis, como os apoiados pela ASA Brasil, garantem segurança alimentar e renda a pequenos produtores. Na reciclagem inclusiva: Cooperativas de catadores (ex.: da Ria Green) mostram que a gestão de resíduos pode ser fonte de trabalho digno e redução de lixo.
Ailton Oliveira