Em um forte movimento de unidade regional, os países da América Latina e do Caribe aprovaram, nesta semana (26/8/2025), uma declaração conjunta de apoio à COP30, que será realizada em Belém em 2025, e às agendas prioritárias da conferência. O documento, assinado por 22 nações durante reunião de ministros do Meio Ambiente na Cidade do México, reforça o compromisso com a implementação do Acordo de Paris e posiciona a região como líder no combate à mudança do clima.
“Expressamos total apoio à Presidência da COP30 e sua visão de implementar o Acordo de Paris por meio de ação acelerada, inclusiva e ambiciosa”, afirma o texto. “Abraçamos essa oportunidade histórica de apresentar nossa região como um modelo de unidade, liderança e compromisso com a ação ambiental.”
O encontro marcou o início das consultas regionais anunciadas pela Presidência brasileira da COP30. Durante dois dias, foram discutidos temas críticos como financiamento climático, adaptação, energia e transição justa – com participação de organizações multilaterais e sociedade civil.
Em coletiva de imprensa, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou a visão do governo Lula: “O presidente está convencido de que a agenda climática está totalmente relacionada à agenda social e do perigo de a mudança do clima destruir avanços sociais conquistados com enormes sacrifícios”.
A declaração enfatiza o compromisso em tornar a voz da América Latina e do Caribe “uma voz única na COP30 em todos os assuntos de interesse comum”. A ministra do Meio Ambiente do México, Alicia Bárcena, reforçou: “Estamos unidos para avançar uma transição justa, ordenada e equitativa que não deixe ninguém para trás”.
Financiamento e cooperação
Os países manifestaram apoio ao Mapa do Caminho Baku-Belém, que prevê a mobilização de US$ 1,3 trilhão em financiamento climático, e destacaram mecanismos inovadores como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que remunerará países em desenvolvimento pela conservação de florestas.
As novas metas climáticas nacionais (NDCs) para 2035 – a serem apresentadas até setembro – foram classificadas como “indispensáveis” para cumprir o Acordo de Paris. A adaptação foi reaffirmada como prioridade máxima da região, com compromisso de avançar nas Metas Globais de Adaptação durante a COP30.
O documento também aborda a transição energética, reconhecendo a necessidade de eliminar progressivamente os combustíveis fósseis de forma consistente com o desenvolvimento sustentável, e cita a recente opinião consultiva da Corte Internacional de Justiça que estabelece obrigações climáticas sob o direito internacional.
A declaração conclui reaffirmando o papel central dos povos indígenas, comunidades tradicionais e afrodescendentes como guardiões dos ecossistemas, e o compromisso com ações climáticas baseadas em direitos humanos e soluções naturais.
Com informações da Presidencia da COP30