Em coletiva de imprensa após encerramento do Balanço Ético Global em Nova York, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que a COP30 de Belém será um teste crucial para o multilateralismo climático, que “corre o risco de ser estilhaçado”. A declaração foi uma resposta direta ao anúncio dos Estados Unidos de deixarem o Acordo de Paris em 2026.
“Os EUA são a maior potência econômica, o segundo maior emissor e a maior potência tecnológica. Se não estão alinhados, há um imenso prejuízo”, reconheceu a ministra, destacando que a saída norte-americana representa um enorme retrocesso. No entanto, ela defendeu que a conferência de Belém será uma oportunidade para outros países fortalecerem a cooperação global.
Marina Silva também criticou duramente os preços da hospedagem em Belém durante o evento, classificando-os como “inaceitáveis” e “o absurdo do absurdo”. Relatos apontam que diárias chegam a custar dez vezes mais que o normal, superando em muito a média de aumentos de três vezes registrada em COPs anteriores.
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente-designado da COP30, detalhou que o governo trabalha com medidas legais para conter os abusos e garantir a participação de todos os países. Uma das propostas é reservar quartos para nações de menor desenvolvimento relativo e pequenas ilhas.
Sobre o financiamento climático, a ministra reforçou a urgência de viabilizar os US$ 1,3 trilhão necessários até 2035 para apoiar países em desenvolvimento. Ela defendeu a implementação imediata das decisões já acordadas, como triplicar o uso de energias renováveis e duplicar a eficiência energética, alertando que protelar essas medidas se tornou “uma eterna desculpa” para não avançar na transição energética.
A coletiva marcou o fim dos diálogos regionais do Balanço Ético Global, iniciativa que deve guiar as discussões éticas da COP30 em novembro.
Com informações da agencia Brasil !