Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) alerta que os projetos de restauração da Bacia do Rio Doce podem ser ineficazes a longo prazo se não incluírem os impactos das mudanças climáticas no planejamento. A pesquisa, liderada pelo biólogo Luiz Conrado Silva e publicada na revista Ambio, utilizou modelos climáticos projetados para 2070 e a metodologia InVEST para avaliar como diferentes cenários podem afetar a qualidade da água na região.
Entre os achados, destaca-se que a restauração das margens dos rios pode reduzir em até 90% a exportação de sedimentos, mas que em áreas como a sub-bacia de Santo Antônio, as ações previstas na Lei da Vegetação Nativa (LPVN) não serão suficientes diante do aumento da erosão com as chuvas mais intensas. O protocolo desenvolvido no estudo pode ser aplicado a outras regiões degradadas no Brasil.
A pesquisa reforça a importância de restaurar áreas degradadas na parte alta da bacia e conservar as que já estão preservadas, além de sugerir a criação de unidades de conservação. O rompimento das barragens de Fundão e Brumadinho é apontado como agravante do processo de degradação da bacia, que atende cerca de 2,2 milhões de pessoas.
Fonte: Agência Brasil