UNFPA apoia conferência internacional sobre parto humanizado em Brasília

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Número de cesáreas no Brasil continua bem acima da média recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O percentual de cesarianas chega a 84% no atendimento privado e a cerca de 40% na rede pública do país, segundo dados de 2015. A agência da ONU considera a taxa ideal entre 10% e 15%. Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) apoia debates sobre o tema em Brasília.cesarea

Definir como será o nascimento do bebê ainda gera muitas dúvidas no seio familiar. Embora o parto normal apresente menos riscos para mãe e para a criança, o número de cesáreas no Brasil continua bem acima da média recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

O percentual de cesarianas chega a 84% no atendimento privado e a cerca de 40% na rede pública do país, segundo dados de 2015. A agência da ONU considera a taxa ideal entre 10% e 15%.

Para debater o tema, Brasília sedia até a próxima quarta-feira (30) a IV Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento – Acolhendo experiências e Irradiando mudanças. Promovido pela Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (ReHuNa) com a Universidade de Brasília (UnB), o evento conta também com o apoio do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), do Ministério da Saúde e do governo do Distrito Federal.

O encontro, que teve início no último sábado (26), discute políticas públicas e legislações que podem proteger as mães, além de apresentar conquistas envolvendo a diminuição da violência na atenção obstétrica. Também entram na pauta novas descobertas científicas, como as pesquisas sobre epigenética — características genéticas que podem ser alteradas de acordo com o trabalho de parto.

Segundo a especialista em epidemiologia e presidente do ReHuNa, Daphne Rattner, houve avanços significativos desde a última conferência, realizada em 2010.

“Hoje estamos na pauta favorável, temos políticas públicas implementadas, marcos regulatórios e, principalmente, o empoderamento das mulheres que estão retomando para si o protagonismo do parto, de respeitarem o amadurecimento necessário do bebê para nascer e de não aceitarem a violência a qual são submetidas na hora de parir”, disse.

Parto adequado

Uma experiência recente da Agência Nacional de Saúde (ANS), o projeto-piloto Parto Adequado evitou 10 mil cesarianas desnecessárias ao longo de um ano e meio no setor de planos de saúde. O projeto segue recomendações de organismos internacionais para a redução das taxas do procedimento no Brasil, uma das maiores do mundo. Até o momento, a iniciativa já foi implementada em 35 hospitais.

O programa levou a mudanças da infraestrutura das clínicas, com a criação de salas de parto natural, onde foram disponibilizados objetos que aliviam as dores e também espaços para acompanhantes, sem a rigidez de um centro cirúrgico.

Mais de 400 profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, foram capacitados e cursos para gestantes foram reformulados para incluir palestras sobre os riscos e benefícios de cada tipo de parto. Segundo Daphne, a experiência não apenas diminuiu a taxa de cesáreas nos hospitais, como também reduziu a ocupação da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal.

A conferência também abordará iniciativas de outros países, como México e Espanha. O objetivo é fortalecer articulações entre ativistas, cientistas, profissionais de saúde do Brasil e do exterior. O evento acontece no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Fonte: Onu Brasil


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