Entre os fatos históricos que mais despertaram minha atenção, neste 28 de novembro, foi a fundação do Leixões Sport Clube, em 1907, de Matosinhos, Portugal. Está, ora pois, com 110 anos. Pesquisem sua história. É bonita.
Ah, Rui, sempre o desvio padrão, o cotidiano, a crônica do banal, como escreveu Luís Nassif no prefácio de seu Dominó de Botequim, devem pensar meus compenetrados editores.
Uai, penso eu, de malas prontas para Andanças Capitais. Vamos que, certo dia, no Distrito do Porto, pergunta-se: “Como é o local, ó pá? Um pouco matosinho, plantas rasteiras e arbustivas.” Pulo facilmente à agropecuária e ao agronegócio. Para o bem ou para o mal, não importa.
Na coluna da semana passada, debrucei horas em cálculos para estratificar o perfil das empresas do agronegócio no Brasil. Trabalho que não vi por aqui. Deu 46 compartilhamentos. Menor que plateia de teatro. Para quem já passou de 10 mil, só resta reconhecer que vou mal.
Talvez precisasse escrever sobre minorias raciais, movimentos políticos, posse de armas, Lava Jato, reivindicações LGBT no meio rural. Candidatar-me à Presidência, não, pois está muito alto o nível dos concorrentes. Quem sabe uma escrita mais séria? Receio que me perderiam para o Globo-Valor Econômico.
Nesta coluna, por exemplo, pretendia comentar algo muito importante que sigo e estudo na agropecuária, não só brasileira, a economia circular.
Desde o final dos anos 1980, ficamos mais atentos ao suicídio a longo prazo a que nos propúnhamos. E Assim caminha a humanidade (George Stevens, 1956), por quase quarenta anos, e pouco aconteceu.
É preciso o tempo todo estar renovando. Vejam a sabedoria dos técnicos de futebol quando substituem um jogador aos 43 minutos do 2º tempo. Em 2012, no Brasil, começou-se a pensar na necessidade de redesenhar a forma de produzir proporcionando economia restaurativa, ou seja, em ciclos contínuos de reaproveitamentos.
Calcula-se potencial de um trilhão de dólares em gerações energéticas, empregos e crescimento econômico. A Esalq/USP, considerada uma das cinco principais universidades agrícolas do planeta, tem-se dedicado fortemente aos estudos sobre Economia Circular.
A equação é simples, e se refere aos Felipe e Adriana que estão nascendo ou os já grudados nos jogos digitais. Papais e mamães, mesmo ruralistas, os ensinem a aprimorar o capital natural, controlando estoques finitos e equilibrando os fluxos renováveis.
Voltarei ao assunto com mais detalhes, mas já que os alfinetei no parágrafo anterior, vamos a eles.
No último 24/11, o Globo-Valor publicou um bom artigo do professor de economia da PUC-RJ e diretor do Climate Policy Institute, Juliano Assunção. O título pergunta: “O agro é pop. E os ruralistas”?
Depois da fiada de loas à excelência da atividade, sabidas, batidas e pouco rebatidas quando vistas assim do alto, o autor critica os ruralistas por se dedicarem a repisar pleitos do passado por eles já assegurados. Isto, faz parte da sociedade brasileira estigmatiza-los, e acaba nos prejudicando no comércio exterior, em grana e imagem.
Algo assim: ô turma, sabemos serem lobos, mas vestir-se em pele de cordeiro ajuda.
Via Carta Capital