O Presidente Michel Temer é um dos principais responsáveis pela degradação do Pantanal.

As crescentes indústrias da soja e pecuária do Brasil estão ameaçando um dos santuários da vida selvagem mais ricos do planeta, onde bandos de onças, jacarés, cervos e araras vivem livremente há eras.

A região do Pantanal, uma das maiores áreas alagadas tropicais do mundo, está começando a encolher. Nos últimos 15 anos, cerca de 22,5 mil quilômetros quadrados da área, que se espalha pelo Brasil, Paraguai e Bolívia, foram alterados, com trechos crescentes de terras amareladas e áridas brotando no bioma exuberante, que cobre mais de 180 mil quilômetros quadrados, ou cerca do tamanho da Síria.

Essa degradação do Pantanal é vista pelos críticos como um sinal do enfraquecimento da determinação do Brasil em proteger seu meio ambiente.



Apesar do governo brasileiro ter saudado neste ano uma realização modesta em sua principal luta ambiental (conter o desmatamento na Amazônia), ele tem enfrentado embaraços em outras áreas. As emissões pelo país de gases responsáveis pelo efeito estufa aumentaram 9% no ano passado, em comparação a 2015, a maior emissão pelo país desde 2008.

Alimentadas em grande parte pela conversão de terras florestais em terras agropecuárias e para outros fins comerciais, o aumento das emissões do ano passado colocou em dúvida a capacidade do Brasil de cumprir seus compromissos internacionais de combater a mudança climática, incluindo os determinados pelo acordo de Paris.

Dados de mapeamento compilados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados neste mês, mostram que o país perdeu 9,5% de suas florestas entre 2000 e 2014. A expansão da agricultura em áreas com poucas proteções ambientais ou fraca fiscalização coincidiu com um período politicamente turbulento no país, durante o qual uma poderosa bancada representando os interesses dos ruralistas no Congresso conseguiu a aprovação de várias políticas controversas a respeito do uso de terras.

pantanal

Segundo os ambientalistas, o mais suscetível ao lobby dela é o presidente Michel Temer, que passou grande parte do ano trocando favores com os legisladores em um esforço bem-sucedido para convencer o Congresso a impedir que ele fosse julgado por acusações de corrupção.

“Na prática, Temer retirou o Brasil do acordo de Paris, assim como fez o presidente Trump, com a diferença que ele não tem a coragem de assumir essa posição publicamente”, disse Marina Silva, que foi ministra do Meio Ambiente de 2003 a 2008. Nesse período, o país era celebrado no exterior por seus esforços agressivos para coibir o desmatamento desenfreado na Amazônia.



“Há um esforço para desmonte do aparato do governo, criado ao longo das últimas décadas, para apoio às políticas para redução dos gases do efeito estufa”, disse Marina.

Temer assume seu apoio à agropecuária, a chamando de motor essencial para o crescimento econômico.

“Muitas vezes dizem que eu protejo os ruralistas e pecuaristas”, ele disse durante um recente discurso em um evento setorial. “Eu não protejo, são os ruralistas e pecuaristas que protegem a economia nacional. Não temos que ter medo de dizer isso.”

A Constituição brasileira de 1988, redigida após o país sair de um período de ditadura militar, buscou estabelecer um roteiro para o governo “defender e preservar o meio ambiente para a atual e futuras gerações”. Ela rotulou os cinco principais biomas do país, incluindo o Pantanal, “parte do patrimônio nacional” cuja conservação seria assegurada por futuras leis.

 


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