O Banco Mundial anunciou nesta segunda-feira (3) em Katowice, na Polônia, que tem preparado um investimento de US$200 bilhões para combater as mudanças climáticas. A decisão coincide com a 24ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP24.
O valor será aplicado entre 2021 e 2025 e corresponde ao dobro do fundo investido atualmente. O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, citado pelo jornal britânico “The Guardian”, disse que “as alterações climáticas são uma ameaça existencial mundial para os mais pobres e mais vulneráveis”, e pediu que outras instituições financeiras sigam seu exemplo.
“Trata-se de colocar os países e as comunidades encarregados de construir um futuro mais seguro e mais resistente ao clima”, acrescentou ele à publicação. Neste ano, a entidade dedicou US$20,5 bilhões para ações relacionadas ao combate às mudanças climáticas, cumprindo a meta que foi estabelecida no Acordo de Paris. Já este novo investimento será destinado a sistemas de alertas para aquecimento antecipado e de previsão do tempo de alta qualidade.
Com isso, pelo menos 30 países em desenvolvimento vão conseguir se preparar para condições climáticas extremas. Ainda de acordo com o “The Guardian”, o financiamento adicional será direcionado para a “agricultura inteligente”, que está melhor adaptada às mudanças esperadas no clima e ajudará a proteger a produção de alimentos em alguns dos países em desenvolvimento mais afetados. Economia verde Durante a cerimônia inaugural da COP24, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo aos governos e investidores para que todos apostem “pela economia verde, não pelo cinza da economia carbonizada”.
Além disso, o português reforçou a necessidade de “mobilizar recursos o mais rápido possível para diminuir o avanço da mudança climática”. Esta segunda-feira(3) também foi marcada pelo discurso de David Attenborough. O naturalista britânico alertou para a necessidade de uma intervenção imediata por parte dos líderes mundiais para interromper os danos causados pelas alterações climáticas. “Neste momento, estamos enfrentando um desastre causado pelo homem em escala global. Nossa maior ameaça em milhares de anos”, disse.
Segundo Attenborough, “se não agirmos, o colapso de nossas civilizações e a extinção de grande parte do mundo natural estarão no horizonte”.
Durante a palestra na COP24, o naturalista citou estudos científicos que descrevem a escalada do aquecimento global e seus impactos no planeta. Nenhum dos líderes dos principais países desenvolvidos compareceu à conferência.
Até 14 de dezembro, cerca de 30 mil pessoas, entre elas líderes mundiais, especialistas, ativistas e representantes do setor privado, debatem medidas para colocar em vigor os compromissos concordados na COP21, de Paris. O objetivo é evitar que a temperatura global suba mais de 2ºC até o fim do século. O ideal, porém, é que a Terra não esquente mais de 1,5º C, segundo especialistas. Além disso, é preciso determinar um “livro de regras” de como as medidas previstas no Acordo de Paris de 2015 deverão ser adotadas, implantadas e controladas.