O Governo do Estado de São Paulo reforçou em 28/04/2016, seu compromisso com a necessária e produtiva união entre a agricultura e a preservação ambiental. Em entrevista coletiva na 23ª Agrishow, em Ribeirão Preto, o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, e a secretária do Meio Ambiente, Patricia Iglecias, fizeram um balanço do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Protocolo Agroambiental, dois símbolos de harmonia entre a agropecuária e o meio ambiente em território paulista.
Essa consonância é uma linha de atuação do governo Geraldo Alckmin executada pelas duas secretarias que, juntas, comemoram importantes resultados das duas iniciativas. O Protocolo Agroambiental, que prevê o fim da queima da cana-de-açúcar na colheita até 2017, tem a boa notícia de que 91,3% da safra colhida estão sendo feitos de forma mecanizada – em um total de 3.272 colhedoras.
“Este número significa que estamos praticamente acabando como a queima”, ressaltou Arnaldo Jardim, adicionando que, nos casos em que há incêndios na lavoura, eles em sua maioria são criminosos, não foram deliberadamente provocados pelo proprietário da área. “Hoje isso acontece somente como algo incidental.” Opinião compartilhada por Patricia Iglecias, para quem “o produtor é vítima de situações criminosas”.
Os secretários destacaram ainda que as signatárias do Protocolo são responsáveis por aproximadamente 92% da produção paulista e por 44% da produção nacional de etanol. Elas são responsáveis por boas práticas ambientais em 26,3% da área agriculturável do Estado, o que representa 5.405.772 hectares.
Além disso, com o Protocolo, deixou-se de emitir autorizações de queima que resultariam na emissão de mais de 8,65 milhões de toneladas de CO2 e mais de 52 milhões de toneladas de poluentes. Há ainda 258.773 hectares de áreas ciliares e cerca de 8.400 nascentes compromissados com a proteção e recuperação pelo setor sucroenergético.
Os números sobre uso da água também são otimistas: de 2010 a 2015, foram reduzidos 33% da quantidade utilizada pelo setor, passando de 1,52 metros cúbicos de água por tonelada de cana para 1,02 metros cúbicos. “Queremos uma agricultura que seja sustentável, harmônica com o meio ambiente. Cada vez fica mais claro que cuidar do solo e da água aumenta a produtividade”, ressaltou Arnaldo Jardim, ratificado por Patricia Iglesias: “hoje não podemos falar em aspectos ambientais sem falar no agro”.
Prazo final
A coletiva de imprensa na Agrishow 2016 também reforçou que o prazo para adesão ao CAR não será prorrogado – termina no próximo dia 5 de maio e é obrigatório para todas as propriedades. Aquelas com dimensão de até quatro módulos, que representam 82% do total paulista, devem procurar as Casas da Agricultura ou Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) da Secretaria de Agricultura. Áreas maiores do que isso são cadastradas pela Secretaria do Meio Ambiente.
Arnaldo Jardim enumerou que a expectativa para adesão ao Cadastro em território paulista é de 80% das propriedades. Outras áreas brasileiras apresentam um número maior, mas Arnaldo Jardim explicou o porquê: “são regiões que têm grandes propriedades, é mais fácil. No nosso Estado, 82% das propriedades têm abaixo de quatro módulos”.
Devido a essa particularidade, a Secretaria de Agricultura firmou parcerias com entidades rurais para capilarizar e ampliar o reforço da necessidade do preenchimento, a exemplo da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de São Paulo (Fetaesp) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp).
Por: Hélio Filho
Fotos: João Luiz