Em Pernambuco, no primeiro semestre de 2016, casos registrados de zika chegaram a pouco mais de 400, ao passo que as ocorrências de chikungunya chegaram a mais de 31 mil. A doença esta afetando outras regiões do país.
O Brasil deve continuar a preparação para enfrentar os vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. O chikungunya, por exemplo, registrou em Pernambuco um número de casos maior do que o de zika no primeiro semestre, e já está afetando outras regiões do país. Baseada em dados do Ministério da Saúde, a avaliação é da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que participou na terça-feira (8) de um simpósio internacional da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
De 3 de janeiro a 9 de julho de 2016, casos de zika em Pernambuco somaram pouco mais de 400, ao passo que as ocorrências de chikungunya chegaram a 31.397. No mesmo período em 2015, apenas 62 infecções por chikungunya no estado haviam sido notificadas. Em última revisão do Ministério da Saúde, que contabilizou casos até 17 de setembro, eram mais de 44 mil casos prováveis da doença.
Em evento na Academia Nacional de Medicina que ocorreu até quinta-feira (10), especialistas se reuniram para um balanço dos desafios e avanços da luta contra o zika desde novembro de 2015, quando o governo brasileiro decretou emergência nacional de saúde pública por causa da alta de casos de microcefalia.
“A previsão em Pernambuco e outros estados do Nordeste é de que o impacto do zika em 2017 não será tão forte quanto foi em 2015 e no início de 2016 porque muitos dos moradores desses locais já foram infectados nesse período. Uma preocupação forte agora pode ser o chikungunya, que está aumentando e é uma doença que tem sequelas, que também tem certa mortalidade e que supõe uma sobrecarga para os serviços de saúde e para a população. Tampouco estes novos vírus devem fazer esquecer a dengue, uma doença que mata”, explicou o coordenador da área doenças transmissíveis da OPAS, Enrique Vázquez.
Uma das preocupações das autoridades é a temporada de chuvas que tem início no fim do ano, pois precipitações estão associadas à presença do vetor das três arboviroses — o Aedes aegypti.
“Nos últimos anos, o governo tem desenvolvido um sério trabalho de conscientização da população, de controle vetorial, não tem por que mudar”, disse Vázquez, que destacou, no entanto, que cada vírus exige adaptações específicas dos sistemas e serviços de saúde na resposta às epidemias.
Fonte: Onu Brasil
Foto: UNIC Rio / Pedro Andrade