A S&P Global Ratings publicou nesta quinta-feira o primeiro Monitoramento de Instituições Financeiras para a América Latina. Conforme detalhado no relatório “América Latina: Monitoramento de Instituições Financeiras: 4T2017”, as condições de crédito na região se tornam favoráveis à medida que o risco político diminui e os preços das commodities permanecem relativamente estáveis.
Embora a recuperação econômica na região tenha sido lenta, condições externas adequadas e o apetite dos investidores por retorno continuam dando suporte a fluxos positivos de capital na América Latina, tendência essa que deve se manter no restante do ano. Esse ambiente também aliviou a pressão cambial e inflacionária, sedimentando o caminho para políticas monetárias e reduzindo as taxas de referência na maioria dos países, embora o México seja uma exceção notável.
Entretanto, as incertezas surgem à medida que um pesado ciclo de eleições se aproxima: eleições gerais serão realizadas no Chile (dezembro de 2017), Colômbia (maio de 2018), México (julho de 2018) e Brasil (outubro de 2018). Em muitos casos, tais eleições levam os investidores a adiarem seus planos, afetando negativamente as emissões de dívida e, em certa medida, o crescimento do PIB. Além disso, as políticas dos Estados Unidos continuam incertas, e os crescentes riscos geopolíticos podem aumentar a volatilidade do mercado futuramente.
A S&P Global Ratings ainda espera uma recuperação econômica na América Latina em 2017 e um maior crescimento do PIB em 2018, apesar de acreditar que a expansão econômica continuará lenta na maioria dos países da região. Além disso, a demanda doméstica tem impulsionado o crescimento econômico, com exceção da Argentina, onde os investimentos continuam fracos. O investimento público é muito baixo ou está em queda na maioria dos países, em virtude dos desafios fiscais e dos atrasos derivados dos escândalos de corrupção. O investimento privado é lento na maioria dos casos, pois os investidores aguardam maior clareza na arena política diante da proximidade das eleições.
O fraco crescimento econômico deve limitar a rentabilidade e o crescimento do crédito dos bancos na América Latina em 2017, e esperamos que a qualidade dos ativos continue diminuindo na maioria dos países da região em 2017, porém apresentando com alguma recuperação em 2018.