Pacto Global da ONU promove debate sobre impacto da indústria extrativista na Agenda 2030

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Atividades de mineração, petróleo e gás têm consequências mais sérias para alguns Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como a preservação da vida terrestre, a garantia de água limpa e saneamento para todos e busca por empregos dignos e crescimento econômico.

Em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Rede Brasileira do Pacto Global promoveu ao final de março (31), em São Paulo, um encontro entre representantes da indústria extrativista e o conselheiro de políticas globais sobre o setor, Casper Sonesson. O objetivo era discutir as relações entre as atividades deste ramo industrial e a Agenda 2030 recém-adotada pela comunidade internacional.

Sonesson é um dos autores do relatório do PNUD “Mapeando a Mineração para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): um Atlas Preliminar”.

Ao longo da reunião, o conselheiro destacou que o setor extrativista – mineração, petróleo e gás – tem um impacto particularmente maior para alguns dos objetivos da Agenda 2030, como a erradicação da pobreza, a garantia de água limpa e saneamento para todos, a busca por energias renováveis, por empregos dignos e crescimento econômico, por infraestrutura e inovação, pela paz e justiça, o combate às mudanças climáticas e a preservação da vida terrestre.

“Queremos estabelecer mecanismos de como as indústrias extrativistas podem contribuir para a Agenda 2030. Elas impactam de diferentes maneiras e têm um grande papel na discussão dos ODS. Mais de 50 países já têm programas específicos sobre os impactos e suas dimensões econômicas nas cadeias de fornecimento, e muitas grandes empresas que ainda não criaram nenhuma iniciativa”, explicou Sonesson.

O relatório de sua autoria é fruto de um processo iniciado pelo PNUD em 2013 com o objetivo de mobilizar parceiros para discutir o papel do setor extrativista no cumprimento da Agenda 2030.

O documento foi elaborado em parceria com o Fórum Econômico Mundial, a Universidade de Columbia e a Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (UNSDSN). Ainda em fase de rascunho, a análise se encaminha para sua terceira rodada de comentários e será finalizada em abril.

“O texto terá recomendações sobre o alinhamento entre os atores envolvidos, seja o poder público – especialmente na transparência e regulação –, as empresas – fornecimento de informações – e seus stakeholders (partes interessadas)”, disse Sonesson. O relatório inclui ainda um estudo de casos na área. Segundo o especialista, o documento terá a função de encorajar as indústrias extrativistas de diversos portes.

A respeito do ODS 8 – promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos –, Sonesson afirmou que é comum, especialmente nos países em desenvolvimento, a importação de suprimentos tecnológicos.

“É fundamental que as empresas busquem isso dentro de suas próprias comunidades, que se beneficiarão da indústria. Além disso, é importante a criação de incubadoras locais e apoio a pequenos negócios”, alertou.

Fonte: ONU Brasil

Foto: WikiCommons / Publioermeson (CC)


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