O termo Indústria 4.0 já conquistou capas de jornais, é tema de eventos, de cursos e reuniões em empresas. Mas, afinal, o quanto este conceito alemão está longe da realidade brasileira? Segundo especialistas: não muito. O ano de 2018 será um grande marco para o conceito no Brasil, e as empresas mais atentas já estão pensando em ações específicas para a transformação.

Caracterizada por inovações tecnológicas em automação, controle e tecnologia da informação aplicadas aos processos de manufatura, a Indústria 4.0 é a cadeia de produção automatizada e digitalizada – máquinas, ativos e sistemas que, conectados, criam redes inteligentes controladas de forma autônoma. Se ainda não é totalmente visível esta mudança na sua empresa, não se engane, já ocorre de forma “silenciosa” para todos. Por exemplo: já rolou o papo de colocar as informações na nuvem, conhecer mais a inteligência artificial ou aderir a robôs trabalhando com humanos?

A Indústria 4.0 já é uma realidade, e a melhor estratégia é perceber as oportunidades para essa transição. Um exemplo são as medidas realizadas na esfera federal. O governo anunciou no Fórum Econômico Mundial um conjunto de medidas para estimular a indústria 4.0, dentre eles, a disponibilidade imediata de linhas de crédito de mais de R$ 10 bilhões do BNDES, Finep e Banco da Amazônia. E no ano passado lançou o programa Rumo à Indústria 4.0 no Brasil, uma parceria entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Fiesp.

Este ano promete ser a arrancada da indústria brasileira para a transformação digital, mas o movimento só ganhará força com a adesão das empresas, que precisam se tornar agentes dessa transformação. Segundo a ABDI, menos de 2% da cadeia tem adesão ao conceito. Neste cenário incipiente, há a oportunidade de sair em vantagem competitiva, e o primeiro passo é o conhecimento sobre o tema e a clareza da apropriação das tecnologias que devem se adequar ao negócio.

Uma ação eficaz é criar um comitê interno para provocar debates, suscitar dúvidas e idealizar modelos de negócio antes não explorados. A Indústria 4.0, mais que uma realidade, é uma urgência, e a estratégia é criar as oportunidades. Lembre-se: a criatividade é essencial para esta transição!

Natanael Kaminski é CFO da empresa de tecnologia industrial Pollux


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