O Papa Francisco se reuniu nesta sexta-feira (19) com os povos da Amazônia peruana e fez uma defesa enfática do meio ambiente, na segunda etapa da viagem pela América do Sul.
“Francisco, amigo, a selva está contigo”.
O encontro tão desejado pelos povos da Amazônia, que consideram o Papa o único interlocutor que se interessa por eles, fez ainda mais feliz o pontífice, que os vê como os primeiros seres da criação divina.
No estádio Madre de Dios, em Puerto Maldonado, no Peru amazônico, quatro mil representantes de nações indígenas, desde o amanhecer, esperavam com muito entusiasmo.
Os nativos falaram dos abusos que aquelas terras sofrem:
“Querem nos fazer desaparecer. Estão destruindo o planeta”.
Francisco agradeceu:
“Obrigado por me ajudarem a ver mais de perto, em seus rostos, o reflexo desta terra”.
E afirmou que “os povos da Amazônia nunca foram tão ameaçados nos seus territórios como agora” por grupos econômicos que extraem matéria-prima.
O Papa pediu que todos os povos sejam reconhecidos. Alertou a todos para não se deixarem levar por colonialismos ideológicos, disfarçados de progresso.
Falou da sua preocupação por certas doenças que estão reaparecendo, e pediu aos governantes políticas de prevenção.
O Papa quer que os povos da floresta tenham direito à educação sem que isso prejudique a cultura e a sabedoria deles.
Num dos discursos mais contundentes da viagem, e num ato de grande força política, o Papa Francisco afirmou que o Sínodo da Amazônia, convocado por ele para 2019, começou nesta sexta-feira (19).