Bastou um aumento de apenas 0,5 grau Celsius na temperatura média global para que as ondas de calor e as chuvas torrenciais se multiplicassem e intensificassem nestes últimos anos em várias regiões do mundo, segundo um estudo publicado na sexta-feira (30).
Os pesquisadores compararam dois períodos (1960-1979 e 1991-2010), entre os quais a temperatura média aumentou 0,5ºC.
Entre ambos os períodos, a intensidade das precipitações extremas aumentou 10% em um quarto do território mundial. E as secas se prolongaram por uma semana a mais em metade das regiões, segundo o estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change”.
A temperatura do planeta já tinha subido 1ºC desde a era pré-industrial.
“Agora dispomos de observações reais que nos permitem determinar os impactos concretos do aquecimento”, disse Carl-Friedrich Schleussner, pesquisador do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático, na Alemanha.
As mudanças climáticas, geradas pela queima de combustíveis fósseis, surgiram com a industrialização, mas se aceleraram nos últimos 50-60 anos.
Entre os períodos estudados, foram registradas temperaturas às vezes 1ºC mais altas nos verões, e 2,5ºC mais altas nos invernos.
A comunidade internacional adotou em dezembro de 2015, em Paris, um acordo para limitar o aquecimento abaixo de 2ºC em relação à era pré-industrial, e, se possível, a 1,5ºC.
“Vemos claramente que uma diferença de 0,5ºC conta”, afirmou Erich Fischer, da Escola Politécnica Federal de Zurique, coautor do estudo.
Uma pesquisa anterior, baseada em modelos de computador e também liderada por Schleussner, concluiu que um aumento de 2ºC em comparação com um de 1,5ºC dobraria a gravidade das perdas de colheitas, escassez de água e ondas de calor em muitas regiões do mundo.
Redação Investvida
Fonte: Cidades Sustentáveis