Mercado teme desaceleração no setor de energia eólica

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energia-eolica4Apesar do rápido crescimento das eólicas nos últimos anos, os empresários do setor estão mais cautelosos do que nunca com o futuro. Especialistas da área analisam que devido à pouca demanda nos leilões, o mercado pode ter uma grande queda em 2019 e 2020.

A desaceleração da economia causou um impacto significativo no mercado eólico que fez as empresas quebrarem a cabeça para encontrar uma saída para o excesso de capacidade produtiva. A crise atual, segundo especialistas, poderá acelerar o movimento de concentração do setor. Na área de turbinas, é consenso que há excesso de fabricantes — apenas quatro teriam espaço para atuar no país.

Para funcionar bem, o mercado de energia elétrica exige previsibilidade e planejamento. A razão é simples: o setor trabalha com antecedência de três a cinco anos. Ou seja, os projetos contratados em 2016 serão entregues, no mínimo, em 2019.

Para o governo, é preciso tomar cuidado para não inflar artificialmente o setor. “Não vai haver ruptura da cadeia, mas será um período de vacas magras”, afirma Eduardo Azevedo, secretário de Planejamento Energético do Ministério de Minas e Energia.

O tempo entre a contratação no leilão e a liberação dos recursos para financiar os empreendimentos, o que pode demorar até 24 meses, também figura como um entrave para o setor. A demora faz com que muitas usinas entram em operação sem o financiamento do banco. Para contornar o problema, investidores costumam contratar empréstimos-ponte — a um custo maior — em bancos comerciais até conseguir a liberação do BNDES. Neste ano, com a transição do comando do banco e o aperto no mercado de crédito, a situação ficou mais difícil.

Breve histórico dos ventos no Brasil

Desde que começou a ganhar força no país, em 2009, a energia eólica entrou na agenda positiva do governo. A partir daí, sua capacidade de geração cresceu de 600 megawatts para os atuais 10 gigawatts — expansão de mais de 1 000% em sete anos. Foram mais de 48 bilhões de reais de investimento no período.

Neste ano, no mês de outubro, 48% da energia elétrica consumida na Região Nordeste foi gerada por usinas eólicas — um recorde. Em meio à pior crise hídrica da história da região, a energia produzida pelo vento está ajudando a abastecer milhões de nordestinos, evitando, por ora, o risco de racionamento. No Brasil, a energia eólica já representa 7% da matriz elétrica — fatia superior à soma das participações da energia nuclear e da gerada por carvão mineral.

Fonte: Ambiente Energia


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