Agricultores no semiárido do Piauí mostram resultados de investimentos para Fundo da ONU

0
680

Em visita ao Brasil nesta semana, a Junta Executiva do Fundo lnternacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) foi ao Piauí conhecer projetos associados ao Viva o Semiárido — iniciativa financiada pela agência da ONU e executada pela Secretaria de Desenvolvimento Rural do estado. O objetivo do programa é estimular a produção agrícola e reduzir a pobreza entre populações vivendo em regiões secas do território piauiense.d6a5174-copy-1024x683

“O intuito é garantir os meios para a produção na área da agricultura, apoiando o produtor, garantindo assistência técnica e aumento da renda dos produtores e cooperativas. Os efeitos já são visíveis. Vários municípios em seis territórios do semiárido apresentam bons resultados”, destacou o governador Wellington Dias, que recebeu a comitiva na segunda-feira (21) em Teresina.

Lembrando que no Piauí a agência da ONU está envolvida na criação de caprinos e ovinos e em projetos de piscicultura, irrigação e apicultura, o chefe do Executivo estadual explicou que uma das vantagens do FIDA é o apoio aos agricultores mais pobres. O suporte vem tanto na forma de financiamento, com a concessão de créditos, quanto como apoio para a modernização das atividades agrícolas.

Na terça-feira (22), a Junta Executiva conheceu a Associação de Pequenos Produtores Rurais de Angical, em Valença, e a Cooperativa de Ipiranga. Os agricultores apresentaram seus produtos e os resultados positivos obtidos com o apoio da ONU e do governo. Com o Viva o Semiárido, foi possível adquirir mudas de caju, equipamentos de beneficiamento do fruto e da castanha, hidrogel, tratores e outros insumos.

O grupo de Angical recebeu investimentos de mais de 205 mil reais, montante que fortaleceu a produção de 23 famílias. Um dos propósitos da missão da Junta é também monitorar a utilização dos recursos e verificar os avanços das comunidades com os investimentos.

Aos 60 anos, Raimundo Morais Barbosa vive há sete no assentamento de Angical. Para ele, a chegada do projeto do FIDA trouxe de volta a esperança de uma vida melhor para a comunidade. “Com a aquisição de mais este poço e outros investimentos teremos como criar animais de corte de melhor qualidade e assim ampliar nossos negócios”, disse.

Essas primeiras visitas marcaram o início de uma viagem que durou até a última quinta-feira (24) e levou a Junta a outras comunidades. A comitiva conheceu as regiões de Patos, Simplício Mendes e Picos, cidade onde se encontra a sede da cooperativa Casa Apis, produtora de mel apoiada pelo Viva o Semiárido. A missão do organismo internacional foi acompanhada por equipe da Secretaria de Desenvolvimento Rural.

A respeito da parceria com o governo estadual, o representante da Junta, Yaya O. Olaniran, da Nigéria, afirmou que “são projetos que focalizam as pessoas, levando-as onde querem ir, através de recursos e oportunidades que proporcionem a realização dos seus objetivos”.

O nigeriano revelou que os próximos empreendimentos da agência da ONU serão voltados para a promoção da agricultura orgânica.

“Após estudos de viabilidade descobrimos que um dos caminhos é a produção agrícola, mas aquela que não contém substâncias químicas venenosas, que respeitam a terra. O investimento via FIDA nessa área é apenas parte de planos maiores. Está sendo desenvolvido um programa estratégico nacional e o volume de dinheiro que acompanhará esse plano será decidido em breve. O que podemos garantir é que uma boa parte do recurso será destinado ao Piauí”, concluiu.

Sobre a Junta do FIDA

A Junta Executiva é um dos principais órgãos de tomada de decisão do FIDA e é responsável por analisar e aprovar todos os programas da agência da ONU. Atualmente, o organismo é composto por representantes de dez países — Arábia Saudita, Indonésia, Argentina, Quênia, Nigéria, Angola, Gana, China, Noruega e Suíça.

A cada ano, os membros da Junta escolhem uma região do mundo para conhecer de perto as ações do FIDA. Em 2016, a América Latina — e dentro dela, o Brasil — foi a parte do planeta escolhida para a missão.

Fonte: Onu Brasil


Deixe uma resposta